Cruz e Sousa: biografia e livros pdf


João da Cruz e Sousa era Filho de Guilherme da Cruz, mestre pedreiro, e Carolina Eva da Conceição, lavadeira, ambos negros e escravos, alforriados por seu senhor, o coronel Guilherme Xavier de Sousa. Do coronel, o menino João recebeu o último sobrenome e a proteção, tendo vivido em sua casa como filho de criação.
Estudou no Ateneu Provincial Catarinense, de 1871 a 1875, onde aprendeu francês, inglês, latim, grego, matemática e ciências naturais. Aos 8 anos, já recitava versos seus, em homenagem a seu protetor.
Em 1881, fundou, com Virgílio Várzea e Santos Lostada, o jornal Colombo, no qual proclamavam adesão à Escola Nova (o Parnasianismo). Nesse mesmo ano, viajou pelo Brasil na Companhia Dramática Julieta dos Santos, na função de ponto. Também realizou conferências abolicionistas em várias capitais.
Em 1884, foi nomeado pelo presidente da província de Santa Catarina, médico Francisco Luís da Gama Rosa, promotor de Laguna, função que não pôde assumir, pois a nomeação fora impugnada pelos políticos locais. Publicou "Tropos e Fantasias", em colaboração com Virgílio Várzea.
Partiu para o Rio de Janeiro, em 1888, onde só ficou por oito meses, por não conseguir um trabalho que o sustentasse, mas conheceu Nestor Vítor, que seria seu grande amigo e divulgador de sua obra.
Dois anos mais tarde, voltou para o Rio de Janeiro e passou a colaborar com as revistas "Ilustrada" e "Novidades". No ano seguinte, começou a publicar nos jornais "Folha Popular" e "O Tempo", manifestos simbolistas. Fez parte do grupo "Novos", denominação dos "decadentes" ou simbolistas.
Publicou, em 1893, "Missal" (poemas em prosa) e "Broquéis" (poemas). Com essas obras, consagrou-se como o fundador do Simbolismo brasileiro, por combinar o parnasianismo, o pessimismo, o materialismo à musicalidade simbolista, sob as influências de Baudelaire e Antero de Quental, de quem foi grande leitor.
Casou-se, neste mesmo ano, com Gavita Rosa Gonçalves, com quem teve quatro filhos. Foi nomeado praticante e, posteriormente, arquivista da Central do Brasil. Em 1894, foi diagnosticada a tuberculose, que o levou para Sítio (MG), na esperança de uma melhora que não aconteceu. Postumamente, foram lançados seus livros "Evocações" (1898), "Faróis" (1900) e "Últimos Sonetos" (1905), em edições organizadas por Nestor Vítor.

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Broquéis: Marcado pela influência de Baudelaire, 
traz o mal como algo belo. Neste livro, Cruz e Sousa 
utiliza linguagem mais erudita, fazendo todo um jogo
 de palavras. Usa a cor branca para representar a 
espiritualidade, além de elementos vagos. A todo tempo, 
deseja o espírito, mas perde a espiritualidade com o
elemento material. Clique na imagem do livro e baixe.





Missal: Com a influência da prosa e poesia do 
mestre francês do Simbolismo, Charles Baudelaire, 
latente em seus versos, esta obra traz pela primeira 
vez o gênero para o Brasil. Apesar de pouco 
reconhecido pela crítica de sua época, o 
poema deixa de lado os significados lógicos 
e explícitos para trilhar por caminhos mais sutis 
e de sugestões vagas, o que é marca característica 
dos Simbolistas, assim como a musicalidade 
empregada na estética de seus textos.








Faróis: Considerado uma das obras amadurecidas 
do autor, este livro faz uma ruptura com a 
sequencialidade lógica, fugindo assim totalmente 
da linha parnasiana de composição. A musicalidade 
é seu ponto alto. É como uma área musical que 
apresenta um tom, um andamento diferenciado 
daquele claro e frequente em “Broquéis”.














Últimos Sonetos: Neste livro, lê-se a ansiedade 
do poeta diante do descaso a sua obra. Por toda 
a vida ele tentou, mas somente nesse 
trabalho realizou o ideal de exploração da palavra.











Este livro está incluído no volume 
"Poesia Completa", de 1993, sendo
de fato o derradeiro livro de Cruz e Sousa.